quinta-feira, dezembro 9

33 anos sem ...

Simplesmente Clarice ...

Clarice Lispector, nascida Haia Pinkhasovna Lispector Chechelnyk, 10 de dezembro de 1920, Rio de Janeiro, 9 de dezembro de 1977, foi uma escritora e jornalista brasileira, nascida na Ucrânia.
Clarice Lispector começou a escrever logo que aprendeu a ler, na cidade do Recife, onde passou parte da infância. Falava vários idiomas, entre eles o francês e inglês.
Clarice Lispector surpreendeu a crítica com seu 1º romance, seja pela problemática de caráter existencial, completamente inovadora, seja pelo estilo solto, elíptico e fragmentário. Este estilo de escrita se tornou marca característica da autora.
A obra de Clarice ultrapassa qualquer tentativa de classificação. Além de escritora, Clarice foi colunista do Jornal do Brasil, do Correio da Manhã e Diário da Noite. As colunas, que foram publicadas entre as décadas de 60 e 70, eram destinadas ao público feminino, e abordavam assuntos como dicas de beleza, moda e comportamento.

Fernando Sabino sobre Clarice ...
Clarice Lispector é uma coisa escondida sozinha num canto, esperando, esperando.
Clarice Lispector só toma café com leite. Clarice Lispector saiu correndo correndo no vento na chuva, molhou o vestido perdeu o chapéu. Clarice Lispector é engraçada! Ela parecia uma árvore. Todas as vezes que ela atravessava a rua batia uma ventania, um automóvel vem, passa por cima dela e ela morre. Me escrevia uma carta de 7 páginas, Clarice.

Clarice por Clarice ...
Eu disse a uma amiga:
- A vida sempre superexigiu de mim.
Ela disse:
-Mas lembre-se de que você também superexige da vida.
Sim!

A hora da estrela, o último publicado antes de sua morte.
Clarice foi diagnosticada com câncer inoperável no ovário, faleceu no dia 9 de dezembro de 1977, um dia antes de seu aniversário. 33 anos após sua morte e suas frases, pensamentos, escrituras, continuam na memória e na vida de cada um que um dia manteve contato com sua belíssima obra! Clarice Lispector continua sendo algo estranho e fascinante na literatura brasileira. Dotada de especial sensibilidade, sua preocupação maior nunca esteve no enredo, no linear das coisas. Exigiu, ao contrário, que o leitor se entregasse em meditação à aventura de ler, se quisesse desfrutar da profundidade dos conceitos que se multiplicavam.

"Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada.
Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram.
Não fazer esforços inúteis, pois o amor ... nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição.
Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue, outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés.
Os sentimentos são sempre uma surpresa.
Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido.
Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer.
Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho o de mais nada fazer." Clarice Lispector

por Rebeca Ukstin

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